A História por Trás do Dia Internacional da Mulher
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, não é apenas uma data comemorativa, mas sim um lembrete poderoso da luta política e social travada pelas mulheres ao longo de muitos anos.
Esta data não tem origem comercial, mas sim uma profundidade histórica marcada por eventos emblemáticos que destacam a busca pela igualdade de gênero e direitos fundamentais.
Em 1975, o ano internacional da mulher, foi um marco para reconhecer as conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo do tempo.
Foi nesse mesmo ano que o dia 8 de março foi oficializado como o Dia Internacional da Mulher.
No entanto, a celebração desta data remonta ao início do século, tendo sua origem em eventos que ecoam o clamor por justiça e igualdade.
O motivo da escolha do dia 8 de março remonta a um evento crucial na história das lutas femininas.
Neste dia, em 1917, na Rússia, cerca de 90 mil mulheres marcharam pelas ruas protestando contra a guerra e a fome, em meio aos tumultos sociais e à Primeira Guerra Mundial.
Esse protesto, conhecido como “Paz e Pão“, e esse momento ficou conhecido como a Celebração da Mulher Heroica Trabalhadora, evidenciando a força e a determinação das mulheres na busca por mudanças sociais.
No entanto, as raízes da luta das mulheres se estendem muito além desse evento.
Nossa não é de hoje
Já no século XVIII, mulheres como Mary Wollstonecraft chamavam a atenção para a igualdade de gênero durante o Iluminismo.
Mary Wollstonecraft foi uma escritora, filósofa e defensora dos direitos das mulheres do século XVIII. Ela é mais conhecida por seu trabalho “A Vindication of the Rights of Woman” (Uma Vindicação dos Direitos da Mulher), no qual argumentava pela igualdade de gênero na educação e na sociedade.
Wollstonecraft acreditava que as mulheres não eram naturalmente inferiores aos homens, mas sim privadas de oportunidades devido à falta de educação adequada.
Ela defendia a ideia de que as mulheres deveriam ter acesso à mesma educação e oportunidades que os homens, a fim de alcançar sua plena capacidade e contribuir de forma significativa para a sociedade.
Seu trabalho foi pioneiro no movimento feminista e teve um impacto duradouro no pensamento político e social.
Os protestos ganham força
Foi no século XX, porém, que os protestos ganharam proporções globais.
Na época, as jornadas de trabalho podiam chegar a até 16 horas por dia, seis dias por semana, com condições desumanas, especialmente para as mulheres.
Em 26 de fevereiro de 1909, uma grande marcha ocorreu em Nova York, com a participação de 15 mil mulheres, exigindo melhores condições de trabalho.
Dia Internacional da Mulher e o caso da fábrica Triangle Shirtwaist
Um trágico exemplo disso ocorreu em 25 de março de 1911, na fábrica Triangle Shirtwaist em Nova York.
Houve um grande incêndio na fábrica, onde 146 pessoas, a maioria mulheres, perderam a vida devido à negligência e imprudência dos responsáveis.
Este incidente resultou em uma das maiores tragédias industriais da história dos Estados Unidos.
O incêndio começou em uma pilha de tecido e rapidamente se espalhou devido às condições precárias de segurança na fábrica, incluindo saídas bloqueadas e escadas estreitas.
Muitos trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes, ficaram presos no prédio em chamas.
A tragédia resultou na morte de 146 pessoas e gerou indignação pública sobre as condições de trabalho nas fábricas da época.
O caso da Triangle Shirtwaist Factory (Fábrica de camisa), destacou a necessidade de reformas trabalhistas e de segurança industrial, levando a mudanças significativas na legislação trabalhista e à criação de padrões de segurança mais rigorosos para proteger os trabalhadores.
Esse incidente chocante serviu como um alerta para as más condições de trabalho enfrentadas pelas mulheres na época.
O dia D
As discussões sobre as condições de trabalho das mulheres foram intensificadas durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em 1910 na Dinamarca, onde Clara Zetkin propôs a ideia de um dia especial para protestos e manifestações feministas.
Clara Zetkin foi uma líder política e feminista alemã do final do século XIX e início do século XX.
Ela é mais conhecida por seu ativismo em prol dos direitos das mulheres e por seu papel na fundação do Dia Internacional da Mulher.
Zetkin foi uma das primeiras defensoras do sufrágio feminino na Alemanha e lutou por melhores condições de trabalho para as mulheres.
Ela também foi uma proeminente líder do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) e uma forte opositora do nazismo.
Seu trabalho influenciou significativamente o movimento feminista e seu legado continua a inspirar ativistas em todo o mundo.
O primeiro Dia da Mulher foi celebrado em 19 de março de 1911, e somente anos depois a data foi fixada em 8 de março.
Embora em muitos países as mulheres tenham conquistado o direito ao voto e à participação política, a luta feminina continua.
A busca pela igualdade salarial e pelo fim da violência contra as mulheres são questões centrais nas manifestações contemporâneas.
Mulheres importantes o redor do mundo – Dia Internacional da Mulher
- Mary Wollstonecraft (Reino Unido, século XVIII) – Defendeu a igualdade de gênero e os direitos das mulheres.
- Clara Zetkin (Alemanha, século XIX/XX) – Lutou pelos direitos das trabalhadoras e foi uma das pioneiras na promoção do Dia Internacional da Mulher.
- Emmeline Pankhurst (Reino Unido, século XIX/XX) – Liderou o movimento pelo sufrágio feminino no Reino Unido.
- Rosa Parks (Estados Unidos, século XX) – Defensora dos direitos civis, conhecida por se recusar a ceder seu lugar no ônibus a um branco.
- Malala Yousafzai (Paquistão, século XXI) – Ativista pelos direitos das meninas à educação, sobrevivente de um atentado talibã.
- Angela Davis (Estados Unidos, século XX) – Lutou contra o racismo, o sexismo e a opressão política.
- Rigoberta Menchú (Guatemala, século XX) – Ativista indígena pelos direitos humanos e pela justiça social.
- Simone de Beauvoir (França, século XX) – Filósofa e escritora, pioneira do feminismo existencialista.
- Wangari Maathai (Quênia, século XX) – Ambientalista e ativista pelos direitos das mulheres, fundadora do Movimento Cinturão Verde.
- Greta Thunberg (Suécia, século XXI) – Líder ambientalista, inspiradora do movimento global de greve pelo clima.
Essas mulheres destacaram-se em diferentes épocas e países, defendendo causas que variam desde a igualdade de gênero e direitos civis até a justiça social e ambiental.
Suas contribuições foram fundamentais para o avanço das lutas por justiça e igualdade em todo o mundo.
Mulheres brasileiras que deixaram seu nome na historia
- Maria Firmina dos Reis (século XIX) – Defensora dos direitos das mulheres e abolicionista, autora do primeiro romance brasileiro escrito por uma mulher, “Úrsula”.
- Bertha Lutz (século XX) – Ativista pelos direitos das mulheres e uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, lutou pelo sufrágio feminino e pela igualdade de gênero.
- Pagu (Patrícia Galvão) (século XX) – Escritora, jornalista e militante política, lutou pelo feminismo e pelos direitos das mulheres, além de ser uma das principais figuras do movimento modernista no Brasil.
- Laudelina de Campos Melo (século XX) – Líder sindical e ativista pelos direitos das trabalhadoras domésticas, fundadora da primeira associação de trabalhadoras domésticas no Brasil.
- Carolina Maria de Jesus (século XX) – Escritora e ativista, autora do livro “Quarto de Despejo”, onde retrata sua vida na favela e denuncia a desigualdade social no Brasil.
- Heleieth Saffioti (século XX) – Socióloga e feminista, dedicou-se aos estudos sobre a condição da mulher na sociedade brasileira, especialmente no que diz respeito à violência de gênero e à opressão patriarcal.
- Dandara dos Palmares (século XVII) – Figura lendária e símbolo da resistência negra e feminina no Brasil colonial, lutou contra a escravidão e pela liberdade de seu povo.
- Antonieta de Barros (século XX) – Jornalista, educadora e política, foi a primeira mulher negra a ser eleita para um cargo público no Brasil, defendendo os direitos das mulheres e dos negros.
- Luiza Bairros (século XXI) – Socióloga e política, lutou pelos direitos das mulheres negras e pela igualdade racial, sendo a primeira mulher negra a ocupar a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial no Brasil.
- Marielle Franco (século XXI) – Ativista pelos direitos humanos, vereadora e defensora dos direitos das mulheres negras e das comunidades marginalizadas, assassinada em 2018, sua morte provocou comoção nacional e internacional e evidenciou a luta contra a violência e o racismo no Brasil.
Maria da Penha Maia Fernandes
Biofarmacêutica brasileira que se tornou símbolo da luta contra a violência doméstica no Brasil.
No final da década de 1980, Maria da Penha foi vítima de duas tentativas de assassinato por seu marido, ficando paraplégica.
Após anos de luta, sua batalha legal resultou na criação da Lei Maria da Penha em 2006, que visa proteger as mulheres contra a violência doméstica e proporcionar-lhes apoio. A Lei Maria da Penha é considerada uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência contra as mulheres.
Essas mulheres brasileiras destacaram-se em diferentes áreas e épocas, contribuindo significativamente para a luta pelos direitos das mulheres, a igualdade de gênero e a justiça social no Brasil e além.
Leis de proteção a mulher pelo mundo
Lei Maria da Penha (Brasil, 2006) – Criada para prevenir, punir e erradicar a violência doméstica e familiar contra as mulheres, garantindo medidas de proteção e assistência às vítimas.
Lei do Feminicídio (Brasil, 2015) – Define o feminicídio como crime hediondo e qualificado, considerando-o como o assassinato de mulheres por razões de gênero, ampliando as punições e medidas de proteção às vítimas.
Equal Pay Act (Estados Unidos, 1963) – Proíbe a discriminação salarial com base no gênero, garantindo salários iguais para homens e mulheres que desempenham funções semelhantes.
Título IX (Estados Unidos, 1972) – Proíbe a discriminação por gênero em programas educacionais financiados pelo governo federal, promovendo a igualdade de oportunidades no ensino superior, incluindo esportes e atividades extracurriculares.
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, 1979) – Tratado internacional que visa eliminar a discriminação contra as mulheres em todas as áreas da vida, incluindo direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.
Lei do Aborto (vários países) – Em diversos países, leis foram modificadas para permitir o acesso seguro e legal ao aborto, em casos de risco à vida da mulher, estupro ou malformações fetais, garantindo o direito das mulheres à saúde reprodutiva e à autonomia corporal.
Tem mais…
Lei de Licença Maternidade (vários países) – Leis que garantem às mulheres um período de licença remunerada após o parto, possibilitando a recuperação pós-parto, o cuidado com o bebê e a promoção do vínculo materno-infantil.
Lei de Assédio Sexual no Trabalho (vários países) – Legislações que proíbem o assédio sexual nos locais de trabalho, estabelecendo diretrizes para prevenção, investigação e punição de condutas abusivas e discriminatórias.
Leis de Quotas de Gênero (vários países) – Leis que estabelecem quotas ou cotas de representação feminina em cargos políticos, órgãos públicos e empresas, visando promover a participação igualitária das mulheres na tomada de decisões e na vida pública.
Lei de Proteção à Amamentação (vários países) – Legislações que garantem o direito das mulheres a amamentar seus filhos em locais públicos e no local de trabalho, protegendo-as contra discriminação e garantindo condições adequadas para a prática da amamentação.
Essas leis foram criadas em resposta às demandas e lutas das mulheres por direitos iguais e proteção contra diversas formas de discriminação e violência.
Elas representam importantes avanços na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das mulheres em todo o mundo.
Organizações que colaboram com o Dia Internacional da Mulher
Confira alguns contatos de organizações que auxiliam mulheres e uma breve descrição de como elas ajudam:
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 (Brasil)
Telefone: 180 (ligação gratuita)
É um serviço nacional de atendimento telefônico, gratuito e confidencial, que oferece orientação e acolhimento a mulheres em situação de violência.
Além de oferecer apoio emocional, fornece informações sobre direitos e serviços disponíveis, encaminhamento para órgãos de assistência social, saúde e segurança.
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) (Brasil)
Telefone: Varia de acordo com a localidade
São unidades policiais especializadas no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica, sexual, familiar e de gênero.
Oferecem atendimento humanizado, investigam crimes relacionados à violência contra a mulher e encaminham as vítimas para assistência jurídica, psicológica e social.
Mais ajuda
Casa da Mulher Brasileira (Brasil)
Telefone: Varia de acordo com a localidade
É um espaço integrado que reúne diversos serviços especializados de atendimento às mulheres em situação de violência, como acolhimento, orientação jurídica, psicossocial, apoio psicológico, assistência médica e acesso a programas de autonomia econômica.
Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMs) (Brasil)
Telefone: Varia de acordo com a localidade
Descrição: São unidades de atendimento especializado que oferecem apoio psicológico, jurídico e social a mulheres em situação de violência, além de promoverem ações de prevenção e enfrentamento à violência de gênero por meio de palestras, grupos de apoio e campanhas educativas.
Instituto Patrícia Galvão (Brasil)
Não há um número de telefone específico, mas oferecem conteúdo e orientações através do site.
É uma organização sem fins lucrativos que atua na promoção da igualdade de gênero e no combate à violência contra as mulheres.
Oferece informações, análises e recursos educativos sobre temas relacionados aos direitos das mulheres e à igualdade de gênero, além de realizar campanhas de conscientização.
Esses são apenas alguns exemplos de organizações que auxiliam mulheres em situação de vulnerabilidade.
É importante ressaltar que cada país pode ter seus próprios serviços e organizações dedicados ao apoio às mulheres em situação de violência ou necessidade.
Faça valer seus direitos, afinal, você criou o Dia Internacional da Mulher!
O Dia Internacional da Mulher é, portanto, uma ocasião para refletir sobre as conquistas alcançadas e os desafios que ainda persistem no caminho em direção à verdadeira igualdade de gênero.
Para as mulheres encontrarem felicidade, segurança e resistirem à injustiça e aos atos covardes, é crucial que elas priorizem seu bem-estar físico, emocional e social.
Aqui estão algumas orientações que podem ajudar:
Conheça seus direitos
Esteja ciente dos seus direitos legais e das leis que protegem as mulheres contra a violência, discriminação e injustiça em sua região. Eduque-se sobre seus direitos e como acessar recursos disponíveis em caso de necessidade.
Cultive a autoconfiança
Desenvolva uma forte autoestima e confiança em si mesma. Reconheça suas habilidades, conquistas e valor como pessoa. A autoconfiança é fundamental para resistir à pressão social, ao abuso e à manipulação.
Estabeleça limites saudáveis
Aprenda a dizer não quando necessário e estabeleça limites claros em seus relacionamentos e em sua vida pessoal e profissional. Respeite seus próprios limites e não hesite em afastar-se de situações ou pessoas tóxicas.
Busque apoio emocional
Mantenha conexões significativas com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental que possam oferecer apoio emocional e orientação. Compartilhar suas preocupações e sentimentos pode ajudar a aliviar o estresse e fortalecer seu bem-estar emocional.
Invista em seu desenvolvimento pessoal
Busque oportunidades de aprendizado, crescimento e desenvolvimento pessoal. Cultive seus interesses, hobbies e paixões, e dedique tempo para se cuidar física e mentalmente.
Fique alerta e se proteja
Esteja atenta a sinais de perigo e abuso em seus relacionamentos e ambiente. Saiba como se proteger de situações de risco, seja físico, emocional ou financeiro, e busque ajuda imediatamente se sentir que sua segurança está ameaçada.
Participe ativamente
Engaje-se em movimentos sociais, políticos e comunitários que promovam a igualdade de gênero, os direitos das mulheres e a justiça social. A participação ativa na luta por mudanças sociais pode ajudar a combater a injustiça e promover um mundo mais justo e igualitário para todas as mulheres.
Lembrando que, apesar de todas essas orientações, cada mulher enfrenta desafios únicos e pode precisar de apoio específico para superar suas dificuldades.
Não hesite em buscar ajuda profissional sempre que necessário e lembre-se de que você não está sozinha em sua jornada.
Parabéns a todas pelo Dia internacional da Mulher
Neste Dia Internacional da Mulher, quero parabenizar todas as mulheres por sua força, resiliência e determinação.
É inspirador testemunhar a sua garra e a sua luta incansável por justiça, igualdade e dignidade.
Que possamos celebrar não apenas as conquistas alcançadas, mas também renovar nosso compromisso em enfrentar os desafios que ainda persistem.
Que continuemos unidas, erguendo nossas vozes, desafiando os padrões estabelecidos e construindo um mundo onde todas as mulheres possam viver livremente, com segurança e respeito. Juntas, somos imparáveis.
Feliz Dia Internacional da Mulher! 🌟💪🚺
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